Jaime Cohen, chefe da Mercedes Austrália, compara a adaptação aos novos motores AMG à transição do telefone celular para o smartphone. Ele acredita que, como acontece com qualquer inovação, leva tempo para que os clientes se acostumem a ela.
Uma transição tecnológica inevitável
Assim como os smartphones substituíram os telefones com botões, a Mercedes-Benz prevê que os entusiastas de automóveis levarão algum tempo para se acostumar com o tamanho reduzido do motor dos modelos AMG. Durante vários anos, a AMG ofereceu veículos com motores de quatro cilindros, como o CLA 45 e o GLA 45, mas os puristas continuam céticos quanto à sua legitimidade como verdadeiros AMGs.
Novos modelos, como o C63 e o GLC63, agora apresentam motores híbridos plug-in de quatro cilindros. A transição foi recebida com reações mistas, assim como a aceitação inicial dos smartphones sem botões. Jaime Cohen afirma que essa adaptação é inevitável e comparável à dos smartphones, uma mudança que finalmente foi aceita por todos.
Os novos motores Mercedes AMG
Em uma entrevista à revista Carsales, Jaime Cohen explicou que, assim como as pessoas se acostumaram com os smartphones, elas se adaptarão aos motores híbridos plug-in. Ele está convencido de que o novo GLC 63, equipado com um motor híbrido de quatro cilindros, será um sucesso. “É uma transição, e as transições sempre levam tempo, convicção e experiência”, disse ele.
O GLC 63 é o segundo modelo da AMG a mudar de um motor V8 para um motor híbrido de quatro cilindros, depois do sedã C 63. Os novos modelos oferecem melhor desempenho e menor consumo de combustível do que os modelos V8 anteriores, mas também foram criticados pela perda de caráter que envolve o abandono do V8.
Desempenho aprimorado
Apesar das críticas, Cohen permaneceu confiante na aceitação gradual dos novos motores. Ele enfatiza que o desempenho dos novos modelos está dentro do esperado. O novo GLC 63 combina um motor turbo a gasolina de 2,0 litros, um motor elétrico e uma bateria, produzindo uma potência combinada de 500 kW/1020 Nm, em comparação com 375 kW/700 Nm do antigo V8.
O GLC 63 acelera de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos, 0,5 segundo mais rápido que seu antecessor, e reduz o consumo médio de combustível de 12,2 l/100 km para 7,3 l/100 km. Ele também oferece uma autonomia de 14 km no modo somente elétrico.
Um mercado em evolução
O mercado está em constante evolução, e os consumidores precisam se adaptar às novas tecnologias. Jaime Cohen compara essa transição à introdução das transmissões automáticas, uma tecnologia que também demorou a ser aceita. Hoje, quase todo mundo usa transmissões automáticas, embora algumas pessoas, como Cohen, ainda prefiram as transmissões manuais.
A linha GLC 63 consiste em dois modelos: o SUV, com preço de €175.452, e o Coupé, com preço de €181.490. Cohen acredita que, assim como acontece com os smartphones, os primeiros usuários da tecnologia AMG PHEV desempenharão um papel crucial na adoção desses novos motores.
Aceitação gradual
Michael Schiebe, Diretor Geral da AMG, concorda com Cohen e defende a adoção de motores eletrificados de quatro cilindros. Ele reconhece que alguns clientes podem demorar a se entusiasmar com a tecnologia, mas enfatiza a importância de manter a mente aberta diante da inovação.
A mudança para motores menores e mais eficientes representa uma mudança significativa para os entusiastas de carros esportivos. No entanto, com desempenho impressionante e baixo consumo de combustível, os novos modelos AMG foram projetados para oferecer uma experiência de direção excepcional e, ao mesmo tempo, atender aos requisitos ambientais modernos.
Os avanços tecnológicos levam tempo para serem totalmente aceitos, mas a Mercedes-Benz continua convencida de que seus clientes acabarão adotando esses novos motores, assim como se acostumaram aos smartphones sem botões.