De marca esquecida a símbolo de opulência, a Maybach teve uma trajetória única no setor automotivo. Uma retrospectiva da ascensão meteórica desse carro-chefe do luxo automotivo alemão.
As origens: um conceito visionário em 1997
Foi no Salão do Automóvel de Tóquio de 1997 que o Maybach retornou após décadas de ausência. A Mercedes-Benz apresentou um carro-conceito arrojado baseado na plataforma do Classe S. Seu design de vanguarda e seus recursos luxuosos, como um banco traseiro reclinável e um laptop integrado ao painel, deram o tom.
Esse renascimento chega em um momento estratégico. A BMW e a Volkswagen estavam disputando o controle da Rolls-Royce e da Bentley. A Mercedes aproveitou a oportunidade para se posicionar no segmento de ultra luxo com a Maybach.
2002: os Maybach 57 e 62 retornam em grande estilo
A DaimlerChrysler, proprietária da marca na época, orquestrou um lançamento espetacular para os primeiros modelos de produção. Um Maybach cruzou o Atlântico no Queen Elizabeth 2 em uma caixa transparente, antes de ser transportado de avião para Nova York.
Os Maybach 57 e 62 (nomeados de acordo com seu comprimento em decímetros) redefinem o luxo automotivo:
– Motor V12 twin-turbo excepcionalmente suave
– Assentos massageadores
– Sistema de áudio Bose topo de linha
– Opção de separação do motorista para o 62
Esses modelos posicionaram imediatamente a Maybach como concorrente direta da Rolls-Royce.
O Exelero: um carro-conceito que se tornou um ícone
Em 2005, a Maybach voltou a atacar com o Exelero. Esse cupê exclusivodesenvolvido para testar pneus de alto desempenho, ultrapassa os limites do design e da tecnologia:
– Motor V12 de 690 bhp
– Velocidade máxima superior a 350 km/h
– Linhas radicais que lembram uma nave espacial
Embora nunca tenha sido comercializado, o Exelero rapidamente se tornou um ícone cultural, aparecendo em vídeos de rap.
2008: luxo a céu aberto com o 62 S Landaulet
A Maybach está revivendo a tradição dos landaulets com o lançamento de uma versão conversível do 62 S. Esse modelo ultra-exclusivo (22 produzidos) oferece uma experiência única:
– Teto solar elétrico sobre o compartimento traseiro
– Cabine traseira digna de um jato particular
O 62 S Landaulet atrai uma clientela rica em busca de exclusividade absoluta.
2012: o fim de um sonho
Apesar de seu prestígio, a Maybach está lutando para encontrar clientes. Com apenas 3.000 vendas em 10 anos e perdas estimadas em 330.000 euros por veículo, a Daimler anunciou o fim da marca no final de 2011.
O último Maybach deixou a fábrica em 17 de dezembro de 2012, marcando o fim de uma era para o luxo automotivo alemão.
2014: renascimento sob o guarda-chuva da Mercedes
Dois anos após sua morte, o Maybach renasce como um submarca ultra-luxuosa da Mercedes-Benz. A estratégia é simples: oferecer versões ainda mais exclusivas dos modelos topo de linha da Mercedes.
O Mercedes-Maybach Classe S inaugura essa nova era:
– Distância entre eixos ampliada em 20 cm
– Motores V8 e V12 potentes
– Equipamentos de luxo específicos
Essa abordagem permite que a Maybach atraia novos clientes ao mesmo tempo em que se beneficia do conhecimento técnico da Mercedes.
Mais uma vez ousado: do G 650 Landaulet ao EQS SUV
Com o apoio de seu novo posicionamento, a Maybach está intensificando seus projetos ousados:
– G 650 Landaulet (2017): versão conversível e ultraluxuosa do lendário Classe G
– GLS 600 (2019): SUV de luxo concorrente do Bentley Bentayga e do Rolls-Royce Cullinan
– EQS SUV (2023): o primeiro modelo 100% elétrico da marca
Essas criações demonstram a capacidade da Maybach de se reinventar, mantendo seu DNA de luxo.
Concluindo, a história da Maybach é uma ilustração perfeita dos desafios enfrentados pelo segmento de carros de ultra luxo. Inicialmente vítima de seu posicionamento excessivamente exclusivo, a marca conseguiu se reerguer aproveitando a experiência da Mercedes-Benz. Hoje, mais do que nunca, a Maybach representa a excelência alemã em carros de luxo, combinando tradição e inovação para atrair uma clientela internacional exigente.
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